
A Justiça Federal do Paraná condenou dois homens apontados como responsáveis por um site que contém mensagens que incitavam a violência contra negros, homossexuais, mulheres, nordestinos e judeus. De acordo com as informações do portal G1, além das mensagens preconceituosas, ambos ainda incentivavam o abuso sexual de menores e postaram mensagens de apoio a Wellington Menezes de Oliveira, que em 2011 matou 12 crianças em uma escola de Realengo, no Rio de Janeiro.A decisão do juiz federal substituto Tiago do Carmo Martins condenou Emerson Eduardo Rodrigues a seis anos e seis meses, e Marcelo Valle Silveira Mello a seis anos e sete meses, ambos em regime semiaberto. A decisão é de primeiro grau, portanto, cabe recurso.
O juiz considerou improcedentes os pedidos das defesas que tentaram tirar da Justiça Federal a prerrogativa da decisão e de anular as provas materiais. Além da pena de reclusão, ambos foram condenados a pagar 106 e 192 dias-multa, no valor vigente de 1/30 do salário mínimo, bem como as custas processuais. Os valores devem ser atualizados após o trânsito em julgado, quando também serão destinados os bens e objetos apreendidos dos dois.
Ambos foram condenados pela prática de racismo em meios de comunicação (contra raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional) e disseminação na internet de conteúdo pedófilo.
Os dois homens foram presos em março de 2012 em Curitiba, na chamada “Operação Intolerância”. A prisão preventiva não previa fiança e ambos permaneceram detidos até o julgamento, que ocorreu no dia 7 de fevereiro de 2013.
Marcelo Valle Silveira Mello inclusive, já havia sido condenado definitivamente pela prática de racismo na internet. A condenação inicial foi em 2009, mas só transitou em julgado em dezembro de 2012 no Superior Tribunal de Justiça.
De acordo com a Polícia Federal, o site mantido pela dupla registrou um recorde de pedidos de providência a respeito de conteúdo criminoso. Foram 69.729 pedidos de providências a respeito do conteúdo, o que motivou o pedido de mandado de prisão até o julgamento.